Dólar sobe, na contramão do exterior; Bolsa ganha mais de 1%

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EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar continuou a se desvalorizar frente às principais moedas nesta quinta-feira (22), ainda reagindo à sinalização do banco central dos EUA de elevação mais lenta dos juros nos próximos meses. Entretanto, o dólar comercial acabou fechando em alta frente ao real.
Segundo operadores, um dos motivos foi que investidores aproveitaram para comprar a moeda após a baixa recente, em um movimento de realização de lucros.
O Ibovespa subiu mais de 1%, acompanhando o bom humor no cenário externo. Já os juros futuros terminaram em forte queda, com o aumento das apostas de corte da taxa básica de juros (Selic) em outubro. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, também recuou.
CÂMBIO
Após cair no inicio da sessão, o dólar comercial inverteu o sinal e fechou em alta de 0,49%, a R$ 3,2270; o dólar à vista, que encerra a sessão mais cedo, caiu 0,92%, a R$ 3,2099.
“O dólar para de cair quando se aproxima dos R$ 3,20”, afirma Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. Segundo ele, para que a moeda americana volte a ficar abaixo deste patamar, é preciso que o governo dê andamento às medidas do ajuste fiscal e consiga aprovar no Congresso a PEC (proposta de emenda constitucional) dos gastos públicos.
“Além disso, como o dólar caiu nos últimos dias, após ficar acima dos R$ 3,30, investidores aproveitaram para realizar lucros”, comenta.
Como tem ocorrido nos últimos dias, o Banco Central leiloou pela manhã 5.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares. Operadores avaliam que, com o recuo recente do dólar, o BC pode voltar a ofertar diariamente 10 mil contratos de swap cambial reverso. Essa expectativa contribuiu para que o real se desvalorizasse nesta sessão.
Segundo analistas, a perspectiva de um corte da Selic no curto prazo limita a valorização do real.
Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, avalia que os mercados devem continuar voláteis. “Os movimentos têm sido de curto prazo, uma vez que nem o cenário externo nem o interno estão totalmente claros”, afirma.
JUROS
Os juros futuros fecharam em forte baixa, após a prévia oficial da inflação, o IPCA-15, de setembro ter ficado bem abaixo do esperado pelo mercado.
A prévia da inflação oficial brasileira, divulgada nesta quinta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou alta de 0,23% neste mês, depois de subir 0,45% em agosto. A mediana das estimativas de economistas consultados pela Bloomberg era de uma alta de 0,33%.
O contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,885% para 13,835%, no menor patamar desde junho deste ano. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,360% para 12,250%, no nível mais baixo desde o final de janeiro de 2015. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,880% para 11,720%, também no menos patamar desde janeiro do ano passado.
O mercado também foi influenciado pela manutenção dos juros nos EUA e pela recente queda do dólar ante o real.
O CDS de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote, caía 1,71%, aos 267,450 pontos.
BOLSA
O Ibovespa fechou em alta de 1,03%, aos 58.994,17 pontos, ainda reagindo à manutenção dos juros nos EUA, que elevou o apetite dos investidores por risco. O giro financeiro foi de R$ 6,6 bilhões.
As ações da Petrobras subiram 2,48% (PN), a R$ 14,00, e 1,30%, a R$ 15,54 (ON), influenciadas pelo avanço do petróleo no mercado internacional e pelas perspectivas positivas para a companhia sob a gestão de Pedro Parente.
Após o ganho de cerca de 6% na véspera, os papéis da Vale caíram 0,19%, a R$ 15,24, e 0,56%, a R$ 17,55.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 1,59%; Bradesco PN, +1,92%; Bradesco ON, +0,66%; Banco do Brasil, +0,47%; Santander unit, +0,41%; e BM&FBovespa ON, +0,46%.
EXTERIOR
Em Nova York, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,65%; o Dow Jones, +0,54%; e o Nasdaq, +0,84%, ainda reagindo à indicação de que o BC dos EUA promoverá uma alta mais lenta dos juros até o fim do ano que vem.
Na Europa, a Bolsa de Londres encerrou com ganho de 1,12%; Paris, +2,27%; Frankfurt, +2,28%; Madri, +2,01%; e Milão, +1,76%.
As Bolsas chinesas também subiram; a Bolsa do Japão não operou por causa de um feriado.

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