Infraero posterga licitação de reforma e ampliação de Congonhas

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A data estimada para a publicação da licitação que vai reformar e ampliar um dos maiores aeroportos do país, Congonhas, em São Paulo, foi postergada para março de 2017. As previsões anteriores da Infraero, quando o projeto foi apresentado no início deste ano, eram de que a concorrência já seria aberta neste segundo semestre.
A abertura da licitação viria em abril e a assinatura do contrato, em maio.
Segundo Bruno Basseto, gerente de planejamento e desenvolvimento das áreas externas da Infraero, a mudança na data no lançamento não compromete a realização da concorrência e se deve apenas a ajustes no planejamento e questões pontuais internas.
Nos últimos meses, o projeto foi rebatizado com o nome Inova Congonhas para se tornar mais atrativo.
“Todo o material de engenharia está sendo reajustado para trazer o conceito da melhoria da experiência do passageiro e diversidade comercial”, disse Basseto, durante conferência internacional sobre concessões, nesta quinta-feira (20), em São Paulo.
Trata-se de uma expansão de cerca de 36.200 metros quadrados, sendo 9.000 metros quadrados de área operacional, com a expansão de dez novas pontes de embarque (hoje há 12) e 27 mil metros quadrados de área comercial.
Hoje, Congonhas tem 70 contratos comerciais vigentes, que abrangem alimentação, varejo e serviços, dentro do terminal de passageiros. Esses contratos rendem à Infraero R$ 75 milhões por ano, além dos R$ 50 milhões provenientes do estacionamento.
Atualmente, no aeroporto, o valor médio do metro quadrado é de R$ 1.200, uma conta que exclui os caixas eletrônicos, que ocupam área pequena e pagam valor mais alto.
“A ideia é que o explorador privado, ao investir em Congonhas, assuma toda essa carteira e toda a outra que vier a ser implementada em consequência da expansão do terminal”, disse Basseto.
“Ainda está se desenhando esse projeto, mas podemos colocar balcão de check-in, dividir um pouco para equilibrar o fluxo.”
O projeto também prevê reformas do terminal atual para evitar que ele fique com aparência muito antiga em relação ao novo terminal. A concessionária terá de fazer reformas no terminal atual em partes como banheiros, elevadores, escadas rolantes, iluminação.
Há ainda intenção de expansão do edifício garagem, com mais de 3.000 novas vagas de estacionamento, e um espaço reservado para um empreendimento comercial, que pode ser um hotel ou um shopping.
Em situação crítica desde que o governo federal concedeu os aeroportos mais lucrativos à iniciativa privada, a Infraero não tem condição de bancar obras tão volumosas.
“Essa alternativa reforça a necessidade de transferir a gestão para a iniciativa privada, alcançando maior eficiência”, afirma o advogado especialista em infraestrutura Bruno Werneck, sócio do escritório Mattos Filho.

JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)