Aliadas de Alckmin pedem limite de 50 km/h nas marginais; Doria recua

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QUEDA – Dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito mostram que o número de vítimas de acidentes fatais caiu 17% na capital de janeiro a agosto deste ano

Entidades parceiras do governo de São Paulo prometem pressionar o prefeito eleito João Doria (PSDB) para convencê-lo a manter os atuais limites de velocidade nas marginais da capital a partir de sua posse, em janeiro. Essas associações trabalham junto à gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), principal cabo eleitoral de Doria, em programas de melhoria na segurança do trânsito.

Doria falava em reverter totalmente as velocidades adotadas por Fernando Haddad (PT), que reduziu os limites de 90 km/h para 70 km/h nas vias expressas e de 70 km/h para 50 km/h nas vias locais. Agora, eleito, Doria sinaliza manter os limites de 50 km/h em pontos das vias locais onde há desaceleração.

Para Fábio Racy, secretário executivo do Cedatt (Conselho Estadual para Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transporte), vinculado à Secretaria de Governo da gestão Alckmin, aumentar velocidades é um “retrocesso”. Com influência na gestão tucana, o Cedatt é composto por integrantes de secretarias de Estado, como Saúde e Transportes Metropolitanos, além de Detran e Promotoria.

Luiz Carlos Mantovani Néspoli, representante da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) no Cedatt, ressalta que a redução de velocidades é tendência adotada em outros países. “Com limites menores, todo mundo anda mais calmamente. Mesmo que não haja travessias para pedestres, o foco não é só o atropelamento. As colisões também causam danos no tráfego, que repercutem em todas grandes artérias da cidade”, afirma.

Representantes da OAB e da Associação Brasileira de Pedestres nesse conselho também prometem pressão contra o aumento dos limites. Dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, entidade criada por Alckmin há um ano, mostram que o número de vítimas de acidentes fatais caiu 17% na capital paulista de janeiro a agosto deste ano comparado ao mesmo período em 2015.