Roupa inadequada é causa de maioria das multas a taxistas

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Três em cada quatro multas aplicadas a taxistas neste ano por problemas de conduta dizem respeito à forma como eles estão vestidos. Entre janeiro e setembro, o DTP (Departamento de Transportes Públicos), órgão da Prefeitura de São Paulo, flagrou 357 infrações de motoristas que não estavam “trajados adequadamente”.
Em janeiro, começou a valer uma série de regras de conduta para os taxistas, definidas pela gestão de Fernando Haddad (PT) (veja quadro). Elas determinam, por exemplo, o tipo de roupa a ser usada pelos motoristas. No total, foram aplicadas 475 multas por desrespeito às novas regras no período.
Traje social ou esporte fino, que aceita até calça jeans, desde que com bolso “em faca”, são as exigências para quem está na rua trabalhando como motorista de táxi.
Em um primeiro momento, os taxistas ficaram confusos e não souberam lidar bem com a mudança. Muitos compraram calças jeans comuns, sem o bolso correto.
Até hoje, ainda há controvérsia nos pontos espalhados pela capital. “Os fiscais chegaram no ponto e pediram para eu levantar a camisa. Eu estava com calça jeans, mas eles logo viram que não era o bolso certo e fui multado. Foi injusto”, diz o taxista Marcos Canesin, 42 anos, 23 na profissão, que trabalha em Santana (zona norte). Para Canesin, a regra é muito rígida. “Concordo que tem que andar com roupa adequada. Para mim, camisa polo e calça jeans já estaria bom.”
O DTP determina multa de R$ 35,86. Em caso de reincidência, dobra para R$ 71,72 e o motorista leva cinco pontos em seu prontuário. Caso continue a infringir a norma por seguidas vezes, pode ser suspenso por até 80 dias.
Infrações
Não tratar o passageiro com educação foi o segundo motivo que levou taxistas a serem autuados até 30 de setembro, com 64 casos. É o tipo de situação em que uma discussão sobre política ou futebol leva a um desentendimento entre o motorista e o passageiro.
Segundo a prefeitura, houve infrações até mesmo pelo fato de o motorista dirigir o veículo embriagado ou porque tentou enganar o passageiro para ganhar uma grana a mais.

WILLIAM CARDOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)