Comércio de São Paulo deverá registrar queda de 6% nas vendas de fim de ano

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Os comerciantes de varejo da cidade de São Paulo estão pessimistas com as vendas para este fim de ano e estimam uma queda entre 5% e 6% em comparação com o Natal de 2015, que já havia registrado uma retração de 14,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A estimativa é da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e foi feita com base no desempenho do varejo no decorrer do ano. Já no país, a queda em relação às vendas do Natal de 2016 deve ser ficar entre 4% e 5%.

De acordo com o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, a crise chegou ao pico alguns meses atrás com o desemprego a agora vem diminuindo muito lentamente. “O desemprego tem crescido menos. A confiança do consumidor teve uma ligeira melhora e as taxas de juros começaram timidamente a cair. A cada mês se está comparando com o mês do ano anterior que foi pior que os anteriores. Então, o efeito-base também ajuda a explicar [o cenário atual]”.

Conforme o economista, há uma expectativa de que essa diminuição da queda deve continuar, mas não o suficiente para salvar o ano. “Possivelmente, ao longo do primeiro semestre de 2017 a gente consiga estabilizar para depois voltar a crescer, também muito lentamente.”

Segundo Solimeo, o desempenho na capital paulista deverá ser pior do que no restante do país, porque São Paulo tem maior participação na indústria. “O comércio paulistano foi mais afetado que a maioria dos demais estados, porque São Paulo tem a maior base industrial e a crise se deu primeiramente nesse setor, que é onde paga-se os melhores salários.”

O economista também observou que quanto mais a Black Friday vende, mais afeta as vendas do Natal. “Quem comprou agora na Black Friday não vai comprar de novo no Natal. Essa promoção pode dar um ganho adicional – há muita gente que não compraria se não fossem as ofertas da Black Friday. Mas em boa parte quem compra agora não vai comprar depois”, ressaltou.