A equipe econômica decidiu privatizar o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para reforçar o caixa da União no próximo ano e tentar bater a meta de deficit definida em R$ 159 bilhões. A outorga pode render cerca de R$ 4 bilhões.
A decisão desagradou a Secretaria de Aviação Civil (SAC) que, sem Congonhas, acredita ser melhor pôr fim à Infraero vendendo todos os aeroportos. Se isso for levado adiante, seria possível levantar R$ 35 bilhões com outorgas e pagamento de tributos.
“Esperamos reverter esta posição”, disse à reportagem o secretário de Aviação Civil, Dario Rais Lopes. “Privatizar Congonhas isoladamente compromete a Infraero, a prestação de serviços em rede e, em consequência, as condições de mobilidade.” Para o secretário, a privatização de aeroportos só faz sentido para melhorar o atendimento dos passageiros. “Não se privatiza para fazer caixa.”
Congonhas é o aeroporto mais movimentado da Infraero. Entre janeiro e julho, recebeu 123,5 mil pousos ou decolagens, cerca de 15% do total movimentado em todos os aeroportos da Infraero. O movimento de Congonhas é mais que o dobro do registrado pelo segundo colocado, o aeroporto carioca Santos Dumont.
O aeroporto paulistano é disputado por companhias aéreas e lojistas por ser o ponto de partida ou chegada preferido dos executivos e clientes que viajam a negócios. Esses passageiros costumam pagar mais pelas passagens aéreas do que aqueles que viajam a lazer. A ponte aérea (voo de Congonhas para o aeroporto Santos Dumont) é a rota nacional mais rentável.